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Tudo as coisas ou algo assim

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma alavanca e o nada absoluto...


Eu estou nesta torre há dias.
Não como nada, não vou ao banheiro, nem ao menos me movo.
Lembro-me do sacrifício de meus irmãos em nome desta posição.
Enquanto eles morriam no vale, eu subia a torre mais alta.
Seus sacrifícios não serão em vão, pois com este dedo o mundo será salvo.
Meu rifle, tão amado rifle.
E só uma bala, uma maldita única bala.
Já fora dito que uma bala muda o mundo, sem o líder o grupo cai.
Maldito líder, eu poso velo agora.
Minha visão esta turva de cansaço, mas ainda poso velo.
Subindo no palco, não entendo seu discurso.
Em suas palavras não vejo a raiva de sempre, mas sim uma emoção diferente.
Algo que não me recordo sentir a muito tempo, com lágrima em seus olhos...
Ao fundo uma imagem de duas bandeiras unidas, uma delas é de minha terra natal.
Capitão uma vês me ensinou uma palavra naquela maldita língua, paz, eu acho...algo assim...
Aquele desgraçado não para de repeti-la, enquanto acena para o povo.
Somente morte me vê a mente, morte de meus irmãos e de outros que não conheci.
Mortes causadas por este egoísta insano, mortes desnecessárias.
Mortes em vão...
Ele esta sub minha mira, vingança ou paz...pondero...
Perdi tudo devido a este pequeno e frágil homem, sua existência em minhas mãos, e ele sorri para o povo.
Ele se aproxima do povo, uma menina de vestido vermelho corre para seu encontro.
Ela chora desesperadamente, o homem se assusta com suas lágrimas.
Ninguém vem a seu socorro, ela se agarra as pernas com toda força.
O grande homem acena para seus soldados, de mentes simples e manipuláveis...
Sua fisionomia muda, em seus olhos outro sentimento eu vejo.
Ele não se arrependeu, não existe arrependimento, não haverá arrependimento.
Meu dedo puxa uma pequena alavanca, e assim existe paz e assim existe vingança.
Mas para mim assim como muitos outros...não existe mais nada...