Eu estou nesta torre há dias.
Não como nada, não vou ao banheiro,
nem ao menos me movo.
Lembro-me do sacrifício de meus
irmãos em nome desta posição.
Enquanto eles morriam no vale, eu
subia a torre mais alta.
Seus sacrifícios não serão em vão,
pois com este dedo o mundo será salvo.
Meu rifle, tão amado rifle.
E só uma bala, uma maldita única
bala.
Já fora dito que uma bala muda o
mundo, sem o líder o grupo cai.
Maldito líder, eu poso velo agora.
Minha visão esta turva de cansaço,
mas ainda poso velo.
Subindo no palco, não entendo seu
discurso.
Em suas palavras não vejo a raiva de
sempre, mas sim uma emoção diferente.
Algo que não me recordo sentir a
muito tempo, com lágrima em seus olhos...
Ao fundo uma imagem de duas
bandeiras unidas, uma delas é de minha terra natal.
Capitão uma vês me ensinou uma
palavra naquela maldita língua, paz, eu acho...algo assim...
Aquele desgraçado não para de
repeti-la, enquanto acena para o povo.
Somente morte me vê a mente, morte
de meus irmãos e de outros que não conheci.
Mortes causadas por este egoísta
insano, mortes desnecessárias.
Mortes em vão...
Ele esta sub minha mira, vingança ou
paz...pondero...
Perdi tudo devido a este pequeno e
frágil homem, sua existência em minhas mãos, e ele sorri para o povo.
Ele se aproxima do povo, uma menina
de vestido vermelho corre para seu encontro.
Ela chora desesperadamente, o homem
se assusta com suas lágrimas.
Ninguém vem a seu socorro, ela se
agarra as pernas com toda força.
O grande homem acena para seus
soldados, de mentes simples e manipuláveis...
Sua fisionomia muda, em seus olhos
outro sentimento eu vejo.
Ele não se arrependeu, não existe
arrependimento, não haverá arrependimento.
Meu dedo puxa uma pequena alavanca, e assim existe paz e assim existe
vingança.
Mas para mim assim como muitos
outros...não existe mais nada...