Cada vez mais bandas colocam seu nome em rótulos de vinhos, quase sempre de qualidade no máximo mediana.
Com os avanços tecnológicos das últimas décadas e as mudanças de
comportamento do consumidor, muita gente precisou reinventar seu negócio
para continuar existindo.
Uma das indústrias mais afetadas,
notadamente, foi a da música.
E aí não estamos falando apenas das
gravadoras, mas também das próprias bandas.
Afinal, antes os fãs não pensavam duas vezes na hora de abrir a carteira
para comprar discos, pôsteres e camisetas. Hoje a coisa não é bem
assim.
Claro que ninguém precisa copiar o Kiss, que sempre colocou seu
logotipo em qualquer coisa que possa ser fabricada e vendida. Cada vez
mais os grupos, porém, diversificam sua linha de produtos com o objetivo
de oferecer algo único e diferente ao seu público.
E como um dos artigos que mais ganharam espaço no mercado nos últimos
anos foi o vinho, muitas bandas já estão com suas garrafas circulando
por aí.
Quase sempre a bebida é produzida por alguma vinícola já
estabelecida que simplesmente cola o rótulo da banda na garrafa. É um
negócio simples e rentável para os dois lados, pois normalmente se trata
de um vinho mediado que é vendido por um preço muito mais alto após ter
esse “valor agregado”.
Assim, por exemplo, são os vinhos do Bon Jovi, Iron Maiden, Whitesnake
e, claro, do Kiss.
Obviamente esse pessoal não está muito preocupado com
‘terroir’, safra e taninos.
Quem compra, geralmente colecionadores e
fãs incondicionais dessas bandas, também não.
Para se ter uma ideia, o
pessoal do programa “That Metal Show” da VH1 perguntou ao vocalista
Brian Johnson se o vinho que o AC/DC havia lançado era gostoso e a
resposta foi algo como: “Não sei, nunca experimentei.
O pessoal que
produz ainda não me mandou uma garrafa”.
Vale destacar, portanto, que boa parte dessas bebidas é feita nos
Estados Unidos mesmo ou na Austrália, onde os custos são bem menores -
caso do Shiraz do Motörhead.
A banda de Lemmy, inclusive, também tem seu
próprio rótulo de vodka, enquanto o Iron Maiden, Sepultura entre outros
já lançaram cervejas que levam seu nome. Também na Califórnia é
produzida a linha Wines That Rock, com rótulos do Rolling Stones, Pink
Floyd, Greateful Dead, Woodstock e The Police.
Falando nesse último, um dos poucos no mundo da música que levam essa
história de vinho realmente a sério é Sting. Ele, inclusive, comprou
terras na Itália e ajudou a desenvolver vinhos que hoje são muito
respeitados entre os entendidos como Robert Parker, sendo que a grande
estrela de seu portfólio é um supertoscano batizado de “Sister Moon”.
No quesito originalidade, porém, fica difícil bater o Amorphis.
Para
marcar o lançamento do novo single “Hopeless Days”, os finlandeses
colocaram a venda em seu site oficial não um vinho, mas um molho com
base de bourbon para ser usado em carnes ou comidas que precisem de um
condimento mais forte. Batizado de Hopeless Bourbon Sauce, o molho vem
em uma embalagem de 266ml pode ser arrematada por 8,99 euros no site da
banda. Deve harmonizar bem com algum dos vinhos acima.