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Tudo as coisas ou algo assim

sábado, 11 de maio de 2013

Rock frutado, com taninos macios

Cada vez mais bandas colocam seu nome em rótulos de vinhos, quase sempre de qualidade no máximo mediana. 

 

Com os avanços tecnológicos das últimas décadas e as mudanças de comportamento do consumidor, muita gente precisou reinventar seu negócio para continuar existindo. 
Uma das indústrias mais afetadas, notadamente, foi a da música. 

E aí não estamos falando apenas das gravadoras, mas também das próprias bandas. Afinal, antes os fãs não pensavam duas vezes na hora de abrir a carteira para comprar discos, pôsteres e camisetas. Hoje a coisa não é bem assim.
Claro que ninguém precisa copiar o Kiss, que sempre colocou seu logotipo em qualquer coisa que possa ser fabricada e vendida. Cada vez mais os grupos, porém, diversificam sua linha de produtos com o objetivo de oferecer algo único e diferente ao seu público.
E como um dos artigos que mais ganharam espaço no mercado nos últimos anos foi o vinho, muitas bandas já estão com suas garrafas circulando por aí. 
Quase sempre a bebida é produzida por alguma vinícola já estabelecida que simplesmente cola o rótulo da banda na garrafa. É um negócio simples e rentável para os dois lados, pois normalmente se trata de um vinho mediado que é vendido por um preço muito mais alto após ter esse “valor agregado”. Assim, por exemplo, são os vinhos do Bon Jovi, Iron Maiden, Whitesnake e, claro, do Kiss. 
Obviamente esse pessoal não está muito preocupado com ‘terroir’, safra e taninos. 
Quem compra, geralmente colecionadores e fãs incondicionais dessas bandas, também não. 
Para se ter uma ideia, o pessoal do programa “That Metal Show” da VH1 perguntou ao vocalista Brian Johnson se o vinho que o AC/DC havia lançado era gostoso e a resposta foi algo como: “Não sei, nunca experimentei. 
O pessoal que produz ainda não me mandou uma garrafa”. Vale destacar, portanto, que boa parte dessas bebidas é feita nos Estados Unidos mesmo ou na Austrália, onde os custos são bem menores - caso do Shiraz do Motörhead. 
A banda de Lemmy, inclusive, também tem seu próprio rótulo de vodka, enquanto o Iron Maiden, Sepultura entre outros já lançaram cervejas que levam seu nome. Também na Califórnia é produzida a linha Wines That Rock, com rótulos do Rolling Stones, Pink Floyd, Greateful Dead, Woodstock e The Police. Falando nesse último, um dos poucos no mundo da música que levam essa história de vinho realmente a sério é Sting. Ele, inclusive, comprou terras na Itália e ajudou a desenvolver vinhos que hoje são muito respeitados entre os entendidos como Robert Parker, sendo que a grande estrela de seu portfólio é um supertoscano batizado de “Sister Moon”. 
No quesito originalidade, porém, fica difícil bater o Amorphis.
Para marcar o lançamento do novo single “Hopeless Days”, os finlandeses colocaram a venda em seu site oficial não um vinho, mas um molho com base de bourbon para ser usado em carnes ou comidas que precisem de um condimento mais forte. Batizado de Hopeless Bourbon Sauce, o molho vem em uma embalagem de 266ml pode ser arrematada por 8,99 euros no site da banda. Deve harmonizar bem com algum dos vinhos acima.